Tempo - ou falta de
Esses dias pensei numa boneca de porcelana que minha vó me deu deu e não conseguia lembrar se já tinha dado ela a alguém ou se ainda guardava no maleiro do meu guarda-roupas. Foi a senha para me lembrar dela, da minha vó, e me deu uma vontade enorme de chorar, bem no meio da redação, no meio de um dia de trabalho.
Porque até hoje eu não tive tempo de chorar a morte da minha vó. No dia do enterro, eu fui trabalhar. E não parei mais. Tive férias, mas viajei - e como ficar sofrendo na Grécia? Tive folgas, feriados - mas sempre era preciso ir à Bragança, ir ao shopping, ir à banca, fazer as unhas, ir ao cinema, ver Friends, passear com Cléo na feira da Liberdade, arrumar o guarda-roupas - e desconfio de que foi numa dessas faxinas que me defiz da boneca.
Não vivi o luto, como sugerem os psicólogos. Muita coisa para fazer, a cabeça cheia de problemas e idéias, que simplesmente não sobra tempo para chorar escondido.
Porque até hoje eu não tive tempo de chorar a morte da minha vó. No dia do enterro, eu fui trabalhar. E não parei mais. Tive férias, mas viajei - e como ficar sofrendo na Grécia? Tive folgas, feriados - mas sempre era preciso ir à Bragança, ir ao shopping, ir à banca, fazer as unhas, ir ao cinema, ver Friends, passear com Cléo na feira da Liberdade, arrumar o guarda-roupas - e desconfio de que foi numa dessas faxinas que me defiz da boneca.
Não vivi o luto, como sugerem os psicólogos. Muita coisa para fazer, a cabeça cheia de problemas e idéias, que simplesmente não sobra tempo para chorar escondido.
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