Jornais

Morar em apartamento pequeno é assim. Quando o guarda-roupa começa a ficar apertado e não cabe mais nada na estante, é hora de jogar coisa fora ou doar para alguém. Mesmo que você ainda queira aquelas coisas, elas simplesmente não cabem mais na sua vida, literalmente.

Hoje foi o dia de jogar jornal velho fora. Textos antigos sobre Machado de Assis, Florbela Espanca e Chico Buarque, o caderno sobre a vitória na Copa de 1994. Reportagens especiais que um dia li e das quais gostei tanto que resolvi guardar. Amarelaram, e foram então cumprir seu irremediável destino, ser banheiro de Cléo.

Mas não tive coragem de me desfazer da matéria sobre a queda do Collor, nem do caderno sobre a morte do Senna, nem da revista sobre a chegada do Euro, nem do jornal sobre a vitória do Lula. Ficaram lá no baú, espremidos, mas simplesmente não deu.

Manias

Foi há pouco tempo que meu namorado descobriu que, quando ouço uma música de que gosto, anoto uma ou duas frases da letra, para fazer uma busca no google depois e então comprar o CD.
Engraçado como o ser humano tem coisas íntimas que muitas vezes nem os mais próximos conhecem, né?

De quatro

Não é estranho quando um ministra fala que, em outros tempos, o Brasil estaria "de quatro", e todo mundo reproduz, sem atentar para a vulgaridade da expressão?

Semana

A semana promete ser boa, adoro o tipo de trabalho que vou fazer, mas, ai, como já estou cansada por antecipação!

11 de setembro

Já tá chato esse clichê de perguntar o que você estava fazendo quando soube dos atentados do dia 11 de setembro de 2001.

Carma

Desde que me conheço por gente tenho problemas na garganta.
Mas cada nova vez parece que a dor e o incômodo são maiores do que sempre foram.

Aniversário

Um dos cartões que chegaram em casa oferece 30% de desconto na compra de bijouteria numa lojinha que amo.

O outro oferece uma camiseta da pizzaria, caso eu vá lá comer dia desses. E eu vou pagar 30 reais numa pizza só porque ela me dá direito a uma camiseta que eu vou usar para dormir?

Adoro

Os dados da liberação de sua restituição estão descritos abaixo.

Walcyr Carrasco - na Veja

Cansei de ser Freud

De uns tempos para cá tudo tem explicação psicológica. Marco um jantar com um amigo. Ele chega 45 minutos atrasado, quando eu já estava indo embora. Reclamo. Em vez de pedir desculpas, responde que sou um chato com horário. Discutimos. Dali a alguns dias, uma amiga comum vem defendê-lo:
– Você tem de entender. O pai dele era muito rígido. Tem problema em cumprir compromisso. É uma espécie de rebeldia, sabe?
Francamente, não sei. Fiquei plantado e nem posso reclamar? A maior parte das pessoas – eu inclusive – nunca estudou Freud e outros mestres do inconsciente em profundidade. Lêem-se artigos de revistas, livros de auto-ajuda. Aprende-se em bate-papos com amigos. Mas ouço explicações para cada coisa! (...)
Pior quando a psicologia vira argumento em causa própria:
– Sou gorda porque tenho trauma de infância. Minha mãe me dava comida gostosa quando eu ficava doente e agora identifico comida com amor.
– Não suporto tomar banho porque meu pai me obrigava a tomar uma ducha fria de manhã.
– Não sou safado. Só não consigo me prender a mulher nenhuma porque meus pais viviam mal.
Existem questões sérias a ser resolvidas em um consultório, é claro. A psicologia deu uma grande contribuição ao mundo moderno, tornando todos mais compreensivos. Mas não quero ser terapeuta no dia-a-dia. Para mim, gente que faz maldade com criança é ruim! Conceitos antigos como bom e ruim têm muito valor. Hoje ficou tão fácil! A pessoa acredita que é uma vítima das circunstâncias e desculpa a si mesma. Depois, fica prontinha para outra!
Eu, hein? Posso ser rígido, mas não tonto. Quando alguém apronta comigo, não me sinto disposto a compreender seus traumas de infância. Fico bravo! É melhor nem chegar perto!

Gustavo Ioschpe - na Veja

"(...) Não temos apenas carências materiais a nos complicar a vida: temos uma cultura que abomina a competitividade, desconfia dos vitoriosos e simpatiza com os fracassados. Quando o nadador César Cielo, não por acaso treinado nos EUA, declarou que iria em busca do ouro, o desconforto dos comentaristas televisivos foi audível: muita saliva gasta para deixar bem claro que se tratava de "autoconfiança" e não "arrogância". Porque melhor um bronze humilde do que um ouro arrogante! Se Michael Phelps tivesse nascido no Brasil, seria provavelmente exilado ao declarar a intenção de bater o recorde de medalhas em uma Olimpíada. Só num país de perdedores uma classificação para final olímpica é vista como "garantia de prata", e não uma chance de 50% de ouro. Só no Brasil se ouvem atletas dizendo que o bronze valeu ouro, só aqui se vê um chororô constante e público de favoritos que foram vencidos por seus nervos. Só aqui um atleta como Diego Hypólito, depois de cair sentado em sua competição e ainda ter a pachorra de culpar os céus ("Deus não quis. Deus decidiu isso."), é recebido com festa e escola de samba. Nós nos preocupamos mais em ser campeões morais do que campeões de fato. Valorizamos o esforço mais do que o resultado. Acreditamos que o sofrimento do percurso redime o fracasso da chegada, ao contrário dos países que dão certo, em que o sucesso do resultado é que redime o sofrimento do percurso. (...)"

Cláudio Abramo

O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.

New Kids on the Block voltam aos palcos

A única coisa em que consigo prestar atenção é nas ruguinhas nada "kids" deles.

Madonna

Foram só 5 horas se sono, entremeadas por acessos à internet. Mas consegui!!!